A lavagem cerebral acontece assim, sutilmente vai se mostrando como uma prova de "humanização".
Foi assim que me disseram do que se tratava aquela reunião. As palavras chegando aos meus ouvidos: "é uma forma de nos entendermos, pois lidamos com vida, então é preciso bom humor, sempre, esqueçam todos os problemas lá fora, colocou o crachá é bom humor". Se falou de amor, de solidariedade, respeito, confiança, de boas vibrações, fizemos cartazes com colagem de figuras
onde mostramos pessoas felizes e falamos de ética, visão de futuro e planejamento. Foi realmente lindo, maravilhoso...
Palavras enfeitadas com gostinho de opressão. Um sabor de submissão. Tudo ão... paixão, solidão, depressão... Ninguém falou sobre o estresse que esse tipo de trabalho provoca, por causa da exploração, e de presente uma remuneração de encher os olhos de ódio... Foi quando eu ouvi: "A empresa é sua segunda casa". Fiquei emocionado com a cara de pau daquela feliz e elegante lavadora. Ela tirou o sabão e colocou no varal. Tanta emoção assim deixaram meus olhos cheios de poeira, eu fiquei embasbacado suplicando por ar puro.
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