segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Skinner contra a natureza humana.


Podemos dizer que temos uma natureza humana?

Skinner, Psicólogo Beraviorista, diz que todo nosso comportamento vem da nossa cultura, do ambiente onde ele é desenvolvido. Produzimos nossa cultura e somos determinados por ela. Admitir uma natureza humana é determinar que os homens já nascem com características inatas, ou seja, agirão de determinado modo porque assim é sua natureza e não tem como ser diferente, mas vários comportamentos dito inatos pelos defensores da natureza são refutados pelos beravioristas e com argumentos muito mais sólidos aceitos rapidamente pela nossa razão. Como por exemplo tratar da moral, justiça, liberdade, amor... Skinner nos diz que todas essas características que adotamos e que faz parte da nossa sociedade é adquirido, o ambiente nos diz que devemos agir nos comportando de determinada forma e assim agimos; e vemos também que em muitas outras sociedades vareia muito esses comportamentos com relação a essas carecterísticas já que a cultura é outra. Basta nos atentar aos estudos da antropologia para entendermos que se trata de uma realidade. No entanto, um filósofo de Viena, precursor da Etologia, chamado Konrad Lorenz, fez grandes descobertas no final do século XIX para o século XX, e em suas observações por longos anos com animais, especialmente com garças, disse que somos muito mais parecidos com os animais do que pensamos e que todos os animais humanos ou não humanos tem uma característica em comum que é inata, trata da agressividade, pois todos os seres vivos lutam pela sua sobrevivência e esse instinto trazemos conosco, porque sem ele seriamos facilmente aniquilados pala natureza. Sendo hoje em dia conhecido pelo instinto de sobrevivência e demarcação de territorialidade. Ficando assim difícil de dizer que não temos nenhuma caracteística inata e que todas elas são fruto do ambiente; essa, (agressividade) pelo menos, me parece sim ser inata. No entanto, não podemos deixar de concordar com muitas afimações que o beraviorismo nos mostra sendo praticamente impossível refutar. O ambiente tem um poder de controle e determinação no homem muito grande.

Entrevista com Peter Singer


Ele é a favor do aborto e condena que se mate animais para comer. O filósofo Peter Singer, professor de bioética na Universidade de Princeton, vegetariano há 35 anos, um dos mais polêmicos pensadores da área. Mas diz que sua filosofia é muito simples: “Evitar o sofrimento ao máximo, para seres humanos e animais”.

Época: Não comer carne sempre foi uma questão ética para o senhor?
Peter Singer: Eu me tornei vegetariano faz 35 anos. Naquela época, esse tema era totalmente ignorado pelos filósofos. Toda a questão moral em torno do tratamento de animais não existia para a filosofia. Mas, para mim, essa já era uma questão ética .

Época: Qual é exatamente a sua posição?
Peter Singer: Não acho que seja justificável submeter animais a sofrimento só porque gostamos do sabor da carne ou porque estamos acostumados. Mas, infelizmente, é isso que a gente faz quando compra um animal para comer. Gostaria de esclarecer que isso só se aplica a pessoas que têm o suficiente para uma dieta saudável composta só de vegetais. Nunca disse que populações em condições de pobreza, que precisam comer o que puderem para se nutrir, deveriam ser vegetarianas. Quem tem outras opções, no entanto, se continuar a consumir carne, especialmente carne produzida segundo os métodos modernos de criação de gado, será responsável por submeter os animais a um grande sofrimento.

Época: O homem não é onívoro por natureza?
Peter Singer: Não sei o que isso dizer. Se quer dizer que não podemos fazer outra coisa, com certeza, isso não é verdade. Há muitos milhões de pessoas que não comem animais. Se quer dizer que essa é a forma como sempre fizemos, é verdade. Mas é irrelevante para determinarmos o que fazer agora.

Época: Na natureza animais comem outros animais.
Peter Singer: Isso não é um argumento. Na natureza, o homem domina a mulher, um homem escraviza o outro. Ninguém argumenta que essas coisas sejam certas.

Época: O que seria um argumento moral válido?
Peter Singer: Um argumento moral tem de ter algumas premissas, deve ser algo que nos guia.

Época: Quem determina as premissas que devemos seguir?
Peter Singer: Ninguém determina. Cada um de nós determina para si próprio. Devemos fazer isso pensando claramente sobre o que fazemos, nos perguntando, por exemplo, se gostaríamos que fizessem conosco o que fazemos com o outro.

Época: Seu pensamento ético se encaixa em alguma escola filosófica ou tradição moral?
Peter Singer: Minha visão moral vem da filosofia utilitária desenvolvida por filósofos ingleses como Jeremy Bentham and John Stuart Mill no do século 19. Mas não acho que, essencialmente, meus argumentos pelo vegetarianismo sejam utilitários. São uma extensão de pensamentos que a maioria das pessoas tem, como a rejeição ao racismo. Uma extensão disso é o que eu chamo de especiesmos, preconceito contra aqueles que não são membros da nossa espécie.

Época: Esse preconceito se volta só contra algumas espécies? Por que comemos bois e porcos e não comemos gatos e cachorros?
Peter Singer: Algumas pessoas comem gatos e cachorros. Isso é cultural. No ocidente, nós não comemos gatos e cachorros, mas, ainda assim, somos preconceituosos em relação a eles. Muitas vezes eles são muito maltratados.

Época: Um dos argumentos que o senhor coloca para não comermos animais é que eles são auto-conscientes. Todo animal é consciente de si mesmo?
Peter Singer: Não. Os animais são conscientes no sentido de que são capazes de sentir dor, pelo menos a maioria (ostras não devem sentir nada). Mas não acredito que todos sejam conscientes de si mesmos. É difícil saber. Eu nunca disse que galinhas, por exemplo, têm consciência de sua existência. Mas elas sentem dor.

Época: O senhor comeria ostras?
Peter Singer: Acho que tudo bem comer uma ostra. Não creio que ostras sintam dor.

Época: Algumas pessoas dizem que plantas têm sentimentos.
Peter Singer: Não há nenhuma evidência de que isso seja realmente verdade.

Época: E se a ciência provar que é verdade?
Peter Singer: Se a ciência provar que é verdade, precisaremos arrumar formas de reduzir esse sofrimento. Claro que teremos de comer alguma coisa. Mas é sempre bom lembrar que quando comemos animais somos responsáveis por destruir cinco ou dez vezes mais plantas do que se as comêssemos diretamente. Portanto, as plantas serem capazes de sofrer ainda não seria uma razão para comer animais.

Época: É mais ético caçar do que criar animais?
Peter Singer: De alguma forma, sim, porque os animais têm uma vida normal. E, se o caçador tiver boa pontaria, eles morrem instantaneamente e não sofrem. É muito melhor do que ir a um supermercado e comprar um pedaço de carne que vem de uma fazenda de produção industrial, onde os animais provavelmente sofreram por toda a sua vida.
Época: Suas opiniões a favor do aborto e da eutanásia parecem incoerentes com a defesa dos animais. Há um fio que permeia suas idéias?
Peter Singer: O fio que permeia tudo é o desejo de prevenir qualquer sofrimento evitável.

Época: Como o senhor justifica seu apoio à legalização do aborto? O senhor não crê que o feto sofra?
Peter Singer: Acho que não devemos obrigar uma mulher a continuar uma gravidez que ela não deseja já que não há um ser consciente envolvido. No período da gravidez em que a maioria dos abortos acontecem, o feto não sente nada. Sou um pouco preocupado a respeito de abortos que aconteçam muito tarde na gravidez, depois de 24 meses de gravidez, porque o feto talvez seja capaz de sofrer.

Época: O senhor acha que um feto mais novo que isso sente menos que um peixe?
Peter Singer: Sim, um peixe sente dor e um feto dessa idade, não. Dá para saber isso baseado no desenvolvimento do sistema nervoso.

Época: O senhor é religioso?
Peter Singer: Não.

Época: A idéia de não fazer ao outro o que você não quer que façam a você é uma idéia cristã, não?
Peter Singer: Os cristãos não são os únicos que têm ética. A tradição chinesa, por exemplo, não é uma tradição religiosa e têm muitos questionamentos éticos. O mesmo vale para a tradição budista. Acho que temos a capacidade de nos solidarizar com os outros independente da nossa religiosidade.

Época: Qual a sua posição em relação aos alimentos transgênicos?
Peter Singer: Não sou contra por princípio. Tudo depende do que estamos falando: modificar plantas ou animais. Temos de tratar os dois casos separadamente. Em relação a modificar plantas, o maior problema é o risco de se causar algum dano ambiental. Se conseguirmos prevenir isso, então, não tenho problemas em relação a vegetais transgênicos. Causar ou não um problema ecológico é uma questão ética. Mas não acho que haja algo intrinsecamente errado em mudar os genes. Com os animais, novamente, a questão é impingir sofrimento ou não. Nós não sabemos exatamente o que estamos fazendo e algumas das primeiras pesquisas causaram anormalidades que provocavam sofrimentos.

Época: O senhor conhece as experiências da bioarte? Ouviu falar de Alba, a coelhinha fosforescente do brasileiro Eduardo Kac?
Peter Singer: A princípio, não há nada demais em se fazer um coelho que, no escuro, fica verde e brilha. A questão é que não se sabe se essa mudança genética pode causar algum tipo de distúrbio que traga sofrimento para o animal. Só gostaria de saber se houve cuidados com a saúde do animal, se nenhum outro coelho sofreu antes para se chegar a esse resultado.

Época: Alguns artistas criam tecidos vivos a partir de células humanas e depois os matam em público.
Peter Singer: Não vejo muito sentido, mas não tenho nenhum problema ético em relação a isso porque não há sofrimento envolvido. Algumas pessoas me perguntam se eu aprovaria que se comesse carne caso essa carne fosse um tecido criado em laboratório. Eu não veria nenhum problema. Se alguém pegasse apenas algumas células e produzisse carne, se isso fosse economicamente viável, eu ficaria feliz em comê-la. Seria muito melhor do que comer carne de animais que sofrem.

Época: O senhor é a favor da clonagem?
Peter Singer: Não vejo nada de errado em clonar embriões para produzir células-tronco, por exemplo. Claro que haveria mais problemas se permitíssemos que clones humanos crescessem. Poderíamos ter imprevistos com anormalidades, problemas psicológicos. Quanto aos animais clonados, alguns sofrem, outros não. Mas não acho que a questão seja muito relevante. O número de animais que sofre com essas experiências é muito pequeno em comparação ao que acontece todos os dias nas fazendas de gado. Fazemos escândalo demais em torno da clonagem e nenhum pio em torno de fatos que provocam muito mais sofrimento.

Época: A questão dos animais serem usados como cobaias de laboratório também o preocupa?
Peter Singer: Eu não seria necessariamente contra se usar animais para pesquisa de remédios e tratamentos, caso essa fosse a única alternativa para salvar muitas vidas humanas. Mas eu teria de ter certeza de que essa é a única alternativa. E, muito freqüentemente, não é. Às vezes, é simplesmente a forma com que os cientistas se acostumaram a trabalhar. Eles não buscam alternativas.

Época: Então, se realmente necessário, temos o direito de fazer outro ser sofrer?
Peter Singer: Algumas vezes, temos de pesar um sofrimento contra outro sofrimento. Estudos que, embora causem sofrimento para um número pequeno de animais, previnam o sofrimento de milhões de seres humanos são justificáveis.

Época: O senhor não está sendo preconceituoso? Faria isso com seres humanos?
Peter Singer: Talvez fizesse... se fosse a única coisa a fazer.

Época: Manter dez ou vinte pessoas sofrendo em um laboratório, além de ilegal, não é considerado ético, nem que seja para salvar milhões de vidas.
Peter Singer: Talvez eu não compartilhe desse pensamento. Se essa realmente fosse a única forma de salvar 10 milhões de pessoas, talvez eu fizesse isso. Esse, no entanto, é um bom exemplo de como, na realidade, há outras formas de se fazer as coisas. Se alguém diz que precisa fazer isso, logo outro aparece e diz “Vamos fazer a experiência com pessoas que já estão morrendo de alguma doença ou algo assim”. Seria melhor fazer experiências em humanos com morte cerebral, por exemplo, do que em animais saudáveis.

Época: O senhor comeria carne humana se fosse necessário para salvar sua vida como aconteceu com os estudantes argentinos de medicina que caíram nos Andes na década de 70?
Peter Singer: Comeria. Se eles já estão mortos, não faz diferença. Se fosse a única comida que eu tivesse, comeria. Claro que provavelmente teria alguma repugnância instintiva. Mas teria de superar isso.

domingo, 25 de outubro de 2009

Konrad Lorenz, humano e criador da Etologia.


(…) O meu pequeno ganso cinzento viera então ao mundo e contava que se fizesse bastante forte sob a protecção da sua almofada térmica que iria substituir o ventre quente da mãe, a fim de conseguir erguer a cabeça e dar os primeiros passos.
De cabeça inclinada, levantou para mim um grande olho escuro, um só, pois como a maior parte das aves, o ganso cinzento só fixa um olho quando quer ver com precisão. A avezinha olhou-me muito, muito tempo. E como fiz um gesto acompanhado de uma breve palavra, deixou a sua atitude de expectativa e saudou-me: o pescoço estendido e a nuca direita, soltou rapidamente e em diversas sílabas aquele som que, nos gansos cinzentos, corresponde a uma tomada de contacto e que, em todos os filhotes, se assemelha a um pipilar leve e cheio de entusiasmo. (….) Eu ignorava ainda as pesadas obrigações que assumia ao ser objecto da atenção daquele olho escuro. (…)
Tencionava confiar a um ganso fêmea doméstico, após o nascimento, todos os [outros] gansinhos [previamente] chocados pela perua (…) Quando o meu ficou ‘pronto’, levei o meu bebé até ao jardim onde o ganso fêmea branco estava instalado na casota do cão, cujo ocupante legítimo expulsara sem qualquer pejo. Enfiei o meu bebé dentro do ventre macio e quente do ganso, convencido de haver cumprido a minha obrigação. Mas tinha ainda muito que aprender.
Decorreram alguns minutos [passados] em amena meditação sentado diante do ninho das aves; depois, vindo debaixo das penas do grande ganso branco, chegou-me um ligeiro pipilar que mais parecia uma interrogação: vivivivivi? O velho ganso respondeu em tom tranquilizador: gangangangang. No entanto, em vez de se apaziguar, como teria sucedido a qualquer ganso bebé razoável, o meu deslizou para fora da quente plumagem protectora, ergueu um olho em direcção ao rosto da sua mãe adoptiva e afastou-se dela a correr e a chorar bem alto: pfuhp… pfuhp… pfuhp… Assemelhava-se ao «chamamento de abandono» dos pequenos gansos que é vulgar, sob uma ou outra forma, em todos os pequenitos que fogem do ninho.
Erguendo-se em todo o seu tamanho, chamando alto e ininterruptamente, o pobre bebé encontrava-se a meio caminho entre mim e o ganso fêmea que o chocara. Esbocei então um pequeno gesto, a sua choradeira parou bruscamente e veio até mim, o pescoço grande estendido para a frente, saudando com fervor: vivivivivi… Certo que era comovente, mas não tencionava desempenhar o papel de mãe ganso. Peguei então no bebé, voltei a colocá-lo debaixo da mãe adoptiva e fui-me embora. Ainda não dera dez passos quando oiço atrás de mim pfuhp… pfuhp… pfuhp… e o pobrezinho correu desesperadamente. Agachou-se, pois ainda mal se aguentava de pé; ao caminhar devagar, cambaleou, mas encontrara na premente necessidade os movimentos da corrida precipitada. (…)
Até um coração de pedra se teria partido ao ver o pobrezinho a correr atrás de mim a chorar com a sua vozinha de falsete, tropeçando e caindo, mas com uma rapidez extraordinária e uma determinação cuja intenção não era possível ignorar: era eu, e não o ganso doméstico branco, a sua mãe! Suspirando, levei para casa a minha pequena cruz. Apesar de não ter mais de 100 gramas, sabia perfeitamente o fardo que representava, quanto me ia custar em esforços e tempo para o tratar dignamente.
Procedi como se tivesse adoptado a bebé e não como se fosse ela a adoptar-me. Baptizámo-la solenemente de Martina.
Levei o resto do dia a fazer de mãe-ganso. Fomos pastar erva tenra na pradaria, e consegui convencer a minha ‘filha’ de que um picado de ovo e urtigas era um pitéu muito saboroso. E, por sua vez, a ‘filha’ conseguiu convencer-me de que estava fora de questão (…) afastar-me dela e deixá-la sozinha, por um minuto que fosse. Na verdade, perdia-se num terror tão desesperado e chorava de forma tão pungente que, ao cabo de algumas tentativas, acabei por ceder e construí um cestinho onde a podia transportar para onde quer que fosse. Os meus movimentos só eram plenamente livros quando a bebé dormia.
Nunca dormia muito tempo de seguida, o que não me afectou particularmente no primeiro dia. Mas à noite!…. Instalara o meu ganso bebé num magnífico berço aquecido electricamente que substituíra já o seio materno de muitos pequenitos saídos do ninho. Quando, bastante ao fim da noite, introduzi a pequena Martina debaixo da almofada eléctrica quente e macia, logo emitiu com alegria o murmúrio muito rápido que, nos gansos jovens, exprime a disposição do sono e se assemelha a um virrrrrr. Coloquei a caixa que mantinha o berço aquecido num canto do quarto e meti-me também na cama. Estava prestes a adormecer quando oiço Martina dizer em voz baixa e ensonada: Virrrrrrr. Nem me mexi. Chegou-me então, um pouco mais alto e como que a interrogar, o som da tomada de contacto vivivivivi? Selma Lagerlöf, cujo maravilhoso livro sobre o pequeno Nils Holgersson tanto me influenciou na infância, captou com genial intuição o sentido deste chamamento ao traduzi-lo por: ‘Estou aqui, e tu, onde estás?’. Vivivivivi?: estou aqui, e tu, onde estás?
Continuei sem responder, embrenhei-me mais debaixo da roupa e desejei ardentemente que a bebé voltasse a adormecer. Infelizmente, não. Vivivivi, mas desta vez com o acompanhamento ameaçador do chamamento de abandono: estou aqui, e tu, onde estás? (…) E, no instante seguinte, lá estava: nítido e penetrante, soou o pfuhp… pfuhp… Tive de me levantar e aproximar da caixa. Martina recebeu-me com alegria e bastantes saudações: um nunca acabar de vivivivivivi, tão contente estava de já não se encontrar sozinha no escuro. Meti-a suavemente debaixo da almofada quente: virrrrrr, virrrrrr, e adormeceu logo, como eu contava. Fiz o mesmo.
Mas ainda não passara uma hora, ouviu-se novamente o vivivivivi inquiridor e repetiu-se exactamente a história que acabei de contar. Depois, outra vez a um quarto para a meia-noite. E de novo à uma hora. Às três menos um quarto, resolvi bruscamente mudar de táctica. Peguei no berço e coloquei-o ao alcance da minha mão, à cabeceira da cama. Quando às 3 horas e 30 minutos se ouviu a interrogação esperada: ‘Eu estou aqui, e tu, onde estás?’, respondi em linguagem de ganso cinzento um pouco macarrónica: Gangangangang, e bati ao de leve na almofada quente. Virrrrr, disse Martina, ‘vou dormir, boa noite.’ Em breve aprendi a dizer Gangangangang sem acordar. Creio que ainda hoje responderia assim no sono mais profundo se alguém dissesse baixinho ao pé de mim: vivivivivi? (…)

terça-feira, 6 de outubro de 2009

O que está por trás do golpe?


ABAIXO A DITADURA EM HONDURAS !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!



Manuel Zelaya aceita fazer acordo com os ditadores para restituir seu cargo de presidente de Honduras, mas no acordo está a diminuição do poder e ser julgado pela corte suprema. Eu gostaria de saber que tipo de democracia é essa em que vivemos ditada pela burguesia, ou seja, só podemos ir até onde ela ( a classe burguesa) nos permite, se não, é golpe na certa. Somos uma maioria pobre, sem grana, miseráveis tendo que se acostumar com o básico, feijão, arroz e "mistura" isso quando não falta a "mistura", laser é uma quimera, quando não temos que nos contentar com um churrasquinho (carne de terceira) no final de semana. E isso tudo pra dizer que não temos democracia, nunca tivemos democracia, ela nunca funcionou porque nunca existiu, existe pra quem tem grana, pra quem faz parte da elite de um país afirmando a opressão de uma classe sob outra. Em Honduras um presidente não pode propor um plebiscito para instaurar uma assembleia constituinte sobre um segundo mandato o que já acontece em muitos outros países, porque a corte suprema daquele país não permite dizendo que está ferindo a constituição hondurenha indo contra a constituição. Honduras não se diz um país democratico? E o povo, o povo não tem voz? Por quê? Quais são os interesses que estão por trás desse "não pode"? Será que é somente porque é contra a constituição? E que constituição é essa que não pode ser alterada com a voz do povo? Falando francamente podemos adiantar que o presidente mexeu na "fatia do bolo" aumentando um pouquinho para quem morria de fome, mas a burguesia é tão carniceira, tão tremendamente egoísta que nada que perder por mais que já tenha. Assim o golpe anda de mãos dadas com o presidente das industrias e enquanto isso o povo morre nas ruas clamando por justiça.

Meta-física.

Horário? 23:15... do meu lado esquerdo uma estrela piscando e do meu lado direito a lua brilhando fortemente cheia de potência, e entre as duas eu com minha subjetividade pensando, achando, calculando no meio de um silêncio absurdo. A empiria me devora ao mesmo tempo que devoro aquilo que faz parte do empirico.