quinta-feira, 25 de novembro de 2010

PAULO PAIM REPUDIA ATOS DE GRUPO NEONAZISTA E DIZ QUE SEGUIRÁ LUTANDO CONTRA O PRECONCEITO

O senador Paulo Paim (PT-RS) divulgou uma nota, nesta sexta-feira (5), repudiando os atos de um grupo neonazista desarticulado pela polícia gaúcha nesta semana. Entre o material apreendido numa casa no centro de Porto Alegre, além de CDs, símbolos nazistas, livros e roupas com suásticas, havia um vídeo com imagens de violência contra negros e supostas ameaças ao senador. As ameaças estariam ligadas ao fato de o parlamentar defender a instituição de cotas raciais nas universidades.

Na nota, Paim, que foi reeleito para um mandato de oito anos no Senado, afirma que as ameaças não o intimidarão e que sua luta para o fim de todos os preconceitos prosseguirá. O parlamentar propôs a realização de uma audiência pública para debater o tema, no dia 19 deste mês, véspera do Dia Nacional da Consciência Negra.

Segue a íntegra da nota divulgada pelo parlamentar.

NOTA OFICIAL DO SENADOR PAULO PAIM

"Se eles pensam que com este movimento vão calar a minha voz no Congresso Nacional, que sempre foi e será, em defesa dos discriminados, sejam eles negros, brancos, índios, ciganos, evangélicos, católicos, de matriz africana, judeus, palestinos e daqueles que lutam pela livre orientação sexual, estão enganados. Pelo contrário. Continuarei a minha luta para que todos os preconceitos e discriminações sejam eliminados em nosso país. Se o material elaborado por essas pessoas foi feito para me intimidar ou prejudicar, isso não aconteceu, pois não me intimido e tampouco os gaúchos. Lembro que há oito anos fui eleito para o Senado com 2 milhões de votos e o povo gaúcho numa demonstração de repúdio a esse tipo de atitude neonazista me reelegeu com quase o dobro de votos, 3.9 milhões. Sou o único senador negro eleito e reeleito na história da República Brasileira. Sei das minhas responsabilidades perante este momento. É inadmissível que em pleno século 21, quando os Estados Unidos elegeram um negro presidente, a Bolívia um índio presidente e o Brasil uma mulher presidente, nós tenhamos que conviver com situações como a ocorrida hoje em Porto Alegre. Tenho absoluta certeza que atitudes como essa não são aceitas pelo povo gaúcho e brasileiro. Não vou exigir segurança pessoal como foi levantado. Pretendo sim, realizar uma audiência pública aqui no Senado no dia 19 de novembro, véspera do Dia Nacional da Consciência Negra com a presença da OAB, CNBB, Ministério da Justiça, Direitos Humanos, Movimento Negro".

Senador Paulo Paim

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