quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

O consumidor não é rei!!!!!

“Na medida em que nesse processo a indústria cultural inegavelmente
especula sobre o estado de consciência e inconsciência de
milhões de pessoas às quais ela se dirige, as massas não são, então, o
fator primeiro, mas um elemento secundário, um elemento de cálculo;
acessório da maquinaria. O consumidor não é rei, como a indústria
cultural gostaria de fazer crer, ele não é o sujeito dessa indústria, mas
seu objeto. O termo mass media, que se introduziu para designar
a indústria cultural, desvia, desde logo, a ênfase para aquilo que é
inofensivo. Não se trata nem das massas em primeiro lugar, nem
das técnicas de comunicação como tais, mas do espírito que lhes é
insuflado, a saber, a voz de seu senhor. A indústria cultural abusa da
consideração com relação às massas para reiterar, firmar e reforçar
a mentalidade destas, que ela toma como dada a priori e imutável.
É excluído tudo pelo que essa atitude poderia ser transformada. As
massas não são a medida mas a ideologia da indústria cultural, ainda
que esta última não possa existir sem a elas se adaptar.”


(Theodor W. Adorno. A indústria cultural. In: Cohn, Gabriel (org.).
Theodor W. Adorno. São Paulo, Ática, 1996)

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