Em protesto, ex-moradores do Pinheirinho fazem ocupação-relâmpago por 2 horas
- Estados do Brasil:
Famílias denunciam abandono de terreno e exigem a construção de casas prometidas
22/07/2013
do Sindimetal/SJC
Cerca
de 400 pessoas voltaram a ocupar por duas horas o terreno do
Pinheirinho, na zona sul de São José dos Campos, na sexta-feira (19). Os
manifestantes realizaram um protesto contra a demora na construção de
moradias para as famílias despejadas há um ano e meio.
Os
ex-moradores começaram a se concentrar às 8h em frente ao terreno da
antiga ocupação e por volta das 9h entraram no local, ficando até as
11h. Lideranças da Associação Democrática por Moradia e Direitos Sociais
(ADMDS) e centenas de famílias percorreram o antigo acampamento.
Ao
longo do trajeto, emoção e indignação dos ex-moradores. Onde antes
havia centenas de casas, pequenos comércios, praças e igrejas, hoje
existe um grande terreno baldio, tomado pelo mato.
Mas
o que gerou revolta foi encontrar um barracão com diversos móveis e
utensílios domésticos dos ex-moradores. Na violenta desocupação, no dia
22 de janeiro de 2012, as famílias foram expulsas de suas casas e não
puderam levar nada. Mas até hoje não tiveram de volta seus pertences.
Depois
dos moradores terem deixado a área na sexta-feira, um grupo não
identificado colocou fogo no galpão, queimando os móveis que ainda
restavam. Cerca de 100 carros, também deixados para trás no dia do
despejo, estavam amontoados no meio do mato, porém, totalmente
“depenados”, sem motor, bancos, peças etc.
Chega de enrolação
O
protesto da sexta-feira teve por objetivo cobrar dos governos federal,
estadual e municipal a construção das casas. Prefeitura e Governo do
Estado anunciaram, após a desocupação, a construção de moradias às
famílias do Pinheirinho. Também aconteceram negociações com a ADMDS para
construção de casas. Porém, após um ano e meio, os ex-moradores seguem
sem um teto, morando em condições precárias. O aluguel social de R$ 500
não é suficiente para pagar uma moradia em São José dos Campos.
“É
um absurdo que tenham jogado milhares de famílias na rua para, um ano e
meio depois, o Pinheirinho voltar a ser um terreno baldio, sem função
social. Pra que tanta violência e pressa para desocupar?”, disse o
advogado das famílias, Toninho Ferreira.
“Há um
ano e meio estamos em negociações para garantir casas às famílias do
Pinheirinho, mas até agora nenhum tijolo foi assentado, nem o terreno
existe. Os governos estão enrolando e tratando com descaso um problema
grave que eles mesmos criaram ao fazer uma desocupação violenta e
ilegal. As famílias querem o que foi prometido: a construção de casas. A
luta não vai parar”, afirmou o advogado das famílias.
Fotos: Tanda Melo/Sindimetal/SJC
Fonte: Brasil de Fato.
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